Um fato muito interessante que Ivan Lins brilhantemente recorda em sua obra - História do Positivismo no Brasil - é o conhecimento de Augusto Comte em relação ao estado de Pernambuco.
No boletim positivista, Godofredo de Sousa Pinto, filho do escritor positivista Dr. Antônio de Sousa Pinto publicou um artigo intitulado “Um brasileiro que conheceu Augusto Comte”.
O positivista pernambucano Antônio Pereira Simões, autor da obra em dois volumes - Romance de Augusto Comte, publicado em 1897, narrou a Luciano Sousa Pinto ter ouvido de um velho senhor de engenho de Pernambuco haver tido a oportunidade de conhecer Comte na casa de Nísia Floresta.
" Augusto Comte trajava sempre uma sobrecasaca escura, com gravata branca. À sua entrada, todos se inclinavam respeitosamente, e dentro em pouco, dominava a conversa geral, cercado da admiração coletiva, frequentemente interrompido pela admiração entusiasta de Dona Nísia Floresta. Recordava-se o velhinho de que Augusto Comte lhe perguntara se ele era espanhol, e tendo respondido ser brasileiro, do mesmo país de Dona Nísia, o filósofo indagou de que parte. Ao saber que era de Pernambuco, Augusto Comte lhe observou prontamente " Ah, sim, do extremo oriental da América do Sul". Augusto Comte era, em geral, o primeiro a retirar-se, sendo acompanhado até à porta por grande maioria dos presentes, entre os quais estava sempre Dona Nísia. Certa vez, Dona Nísia perguntou ao nosso compatriota pernambucano " Que me diz deste homem? Guarde sempre a lembrança de haver apertado em minha casa a mão do homem mais extraordinário do século".
O trecho transcrito da obra de Ivan Lins, nos reforça ainda mais a grandiosa importância de Augusto Comte. Felizes foram os que tiveram o privilégio de compartilhar instantes de sua vida com a grande figura do Mestre Comte.
A missão de todos os positivistas hoje é exatamente essa: levar as pessoas que ainda o desconhecem, a belíssima trajetória de Augusto Comte. Em nenhum momento de sua vida Comte quis buscar ser divino, mas nos mostra que é plenamente possível alcançarmos estágios de iluminação com a aplicação diária do amor.
Saúde e Fraternidade,
Luiz Gustavo Mota
O trecho citado encontra-se nas páginas 36 e 37 da obra " História do Positivismo no Brasil"